terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Inauguração do CMG – Centro de Manuseamento do Grelo pelo Exmo. Doutor Professor Presidente da Republica

Noticia publicada no jornal fictício “Terras do Interior” do dia 31 de Novembro.

A pretexto da visita do Exmo. Doutor Professor Presidente da Republica à Beira Interior, no âmbito de uma nova edição do “Portugal Próximo”, foram inauguradas oficialmente na PLIE – Plataforma Logística de Iniciativa Estatal as instalação do CMG – Centro de Manuseamento do Grelo, situadas nos arredores da Guarda.


As instalações iniciaram as suas funções já na época 2015/2016, mas só este ano vão trabalhar em pleno e com todos os sectores concluídos, incluindo a tenda gigante de recepção de mercadoria.

O Exmo. Doutor Professor Presidente da Republica, no seu discurso de inauguração, destacou a capacidade de inovação e de pensar mais longe do Exmo. Doutor Professor Presidente da Câmara, que com políticas que muitos apontaram como loucas, está a trazer o desenvolvimento para a cidade mais alta. Realçou também que adora sopa de grelos, que é uma sopa praticamente sem ingredientes, só água, sal, batata e grelos!

Tudo começou em Setembro de 2013, quando de forma surpreendente o actual Exmo. Doutor Professor Presidente da Câmara ganhou de forma esmagadora as eleições.

Assim que tomou posse, pediu aos eleitores 3 meses para arrumar a casa e estudar como podia tirar a Guarda da espiral recessiva, pedindo para isso o apoio de todos com ideias e sugestões.

Depressa percebeu que era preciso fazer algo diferente das políticas seguidas até aí na região. 

Atrair indústrias com dimensão é praticamente impossível. As grandes fábricas já acabaram. As poucas que vão havendo preferem o litoral, onde têm acesso a melhores transportes, incluindo auto estradas sem portagens, maior quantidade de mão-de-obra e com qualificações mais diversas, além de estarem mais perto do mercado e de fornecedores.

O Turismo é um sector a apostar, mas nunca poderá ter uma expressão significativa nem a mesma importância que noutras regiões.

O comércio não tem tradição para atrair gente de fora, ainda para mais com o inovador sistema de portagens que afugentou os muitos Espanhóis que visitavam regularmente a cidade mais alta.

As rotundas e outras formas de “embelezamento” urbano são apenas uma forma de manter artificialmente a actividade dos empreiteiros de obras públicas.

Festas e eventos não conseguem atrair visitantes de fora em número suficiente para compensar o forte investimento que exigem, acabando por ser apenas para consumo interno.

A saída para a Guarda (e para todo interior) está afinal no sector no qual foram investidos milhões de euros na sua liquidação. A agricultura e toda a fileira que arrasta consigo.

Encontrada a possível solução, a vaca voadora da Guarda, rapidamente a Câmara Municipal da Guarda meteu a mão na terra. 

Dos vários produtos estudados, o escolhido foi o Grelo. É uma cultura fora da época, onde a oferta de outros produtos hortícolas é maior, plenamente adaptada ao clima da Guarda. Actualmente é muito procurada em Portugal e que é uma novidade em muitos Países da Europa, cujos mercados estão sempre à procura do exótico e da próxima grande moda.

O primeiro passo foi fazer o levantamento dos terrenos, dos seus proprietários e dos agricultores no activo ou que poderiam estar interessados em mudar de vida ou sair de uma situação de desemprego. 



Para tal foi criada pela Câmara Municipal da Guarda em 2014 uma cooperativa, a Coop.G, que forneceu toda a informação e formação necessária aos agricultores (existentes e pretendentes) e aos donos das terras.

Ao mesmo tempo, na PLIE – Plataforma Logística de Iniciativa Estatal, foi lançada a primeira pedra do CMG – Centro de Manuseamento do Grelo, propriedade da Coop.G, com o objectivo de recolher, processar e comercializar toda a produção de grelo dos seus associados.

Na época de 2015/2016 a Coop.G iniciou a sua actividade industrial e comercial, ainda apenas a 10% da sua capacidade, servindo para testar todo o processo produtivo e a recepção dos mercados.

As instalações foram construídas em tempo record, com o lançamento simultâneo de 20 ajustes directos no valor de 74.999 €, que foram ganhos por duas empresas, evitando-se assim a necessidade de lançar um concurso público.

A temporada de 2016/2017 está a correr a todo o vapor. São já 200 os agricultores a fornecer a Coop.G, que cultivam uma área de 48.000 hectares, o equivalente a 4 giga factorys da Tesla. A produção esperada é de 2.000 toneladas de grelos, sendo que apenas 15% são destinados ao mercado nacional. Os restantes 85% vão ser exportados, principalmente para a Europa, a grande maioria por via-férrea para França, Alemanha e Inglaterra.


Além do produto fresco, embalado em atmosfera protectora, há também grelos congelados frescos e salteados, sopa de grelos fresca e congelada, pack de grelos com morcela. Mas o grande sucesso é a embalagem de grelos biológicos com uma lata de Azeite Biológico do Vale do Mondego, sendo prova que um projecto agricola serve de alavanca a outras indústrias.



De realçar que 45% da produção é de grelo biológico, mais valorizado e procurado pelos mercado do Norte da Europa.



A iniciativa deu já emprego a mais de 1000 pessoas, que se dividem por 400 agricultores (dos quais 350 novos), 100 funcionários da Coop.P e 500 empregos indirectos em várias áreas, como maquinaria agrícola, combustíveis, sementes, apoio técnico, transportes e restauração.

A CP vai também criar no próximo ano a Rota do Grelo, onde os turistas poderão vir de manhã de Lisboa ou Porto até uma quinta biológica, apanhar grelos durante um par de horas, degusta-los num dos vários novos restaurantes especializados no produto e durante a tarde visitar a área produtiva da Coop.G.

Há ainda vários problemas a resolver, o mais grave deles todos já com solução à vista. Durante a inauguração, o Exmo. Doutor Professor Presidente da Câmara prometeu que vai alugar ainda este mês uma tenda gigante, para que os agricultores não tenham de ficar à chuva e ao frio à porta da Coop.G, enquanto esperam pela sua vez para descarregar.

O Exmo. Doutor Professor Presidente da Republica não se despediu sem antes comprar uma embalagem de grelos com morcela e outra embalagem de grelos biológico com azeite biológico, que tenciona consumir na noite de Natal, em Belém.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Faça-se parvo! Participe no Orçamento Participativo do Município da Guarda

Como em muitas outras coisas, o que as câmaras municipais fazem ou deixam de fazer segue as modas da época.

Exemplos de más modas são rotundas inúteis com decorações extravagantes, alcatrão em caminhos agrícolas por onde passam 4 tractores por dia, ciclovias perigosas para os ciclistas, variantes com 4 faixas de rodagem a aldeias armadas em grandes cidades ou festas e feiras no mesmo fim-de-semana que já fazem uma igual na terra ao lado.

Também há modas boas, como marcação de percursos pedestres e que depois têm manutenção regular, ciclovias onde fazem falta e são seguras para os ciclistas, rotundas em cruzamentos perigosos e decoradas com vegetação autóctone e resistente ou promover a participação democrática dos cidadãos através de orçamentos participativos.


Autarquias com orçamentos participativos já há muitas. Em Lisboa começou em 2008. Mas segundo este artigo do jornal Público, já existem pelo menos desde 2002. Algumas freguesias de maior dimensão também já têm o seu orçamento participativo.



Em todos os OP que conheço, há um periodo em que as pessoas PARTICIPAM, através de criação e entrega de propostas de projectos ao municipio. Depois, as equipas dos municipios analisam e processam essas propostas, juntam as que são idênticas ou com os mesmo objectivos, rejeitam as que não fazem sentido ou não cumprem as regras e colocam esse resultado em votação.

Um autarca que queira lançar um orçamento participativo tem muito por onde copiar e escolher os melhores exemplos, que tiveram mais participação dos cidadãos e que resultaram em projectos úteis para todos.

Por exemplo, Viseu, com uma dotação de 150.000 € em 2015.


Na Lousã, com uma dotação de 70.000 €.

Um bom exemplo em Águeda, com uma dotação de 500.000 € em 2015 e que é finalista do Prémio Boas Práticas Participativas.

Ou a Covilhã, que em 2016 vai ter também uma dotação de 500.000 €


Também a Junta de Freguesia de Castelo Branco, com uma dotação de 10.000 €.

Pois aqui na Guarda, depois de uma experiencia em 2015 do Orçamento Participativo Jovem, com um dotação de 10.000 €, 2016 é finalmente o ano do lançamento de um Orçamento Participativo aberto a toda a população.



Então e quando e como é que os cidadãos podem apresentar os projectos?

Boa pergunta, é essa a grande inovação do Orçamento Participativo da Guarda. Em vez de incomodar os cidadãos, por terem de pensar, criar e propor projectos, este orçamento participativo inovador já tem escolhidos pela CMG os três projectos em votação. Para quê inquietar as pessoas quando o executivo, que sabe o que faz falta à cidade, pode decidir muito melhor. 

A votação é feita pela Internet, através de um registo onde é necessário fornecer o e-mail e o número de BI/CC.

Pergunta agora o leitor: Então e qual a diferença entre o OP da Guarda e um qualquer inquérito na Internet?

E qual a dotação orçamental deste OP? Caro leitor, sente-se antes de continuar a ler!

Uma fortuna. São 20.000 €. Uma pipa de massa, dá para comprar um carro de gama baixa! Representam 5% do que foi gasto nas festas de Natal e Ano Novo. Ou 0,05% do Orçamento da CMG para 2016.

Por isso deixo aqui um apelo. Se acha este OP uma piada de mau gosto, faça-se de parvo e participe. 

Se tem propostas para o concelho da Guarda, envie-as através dos seguintes contactos até 31 de Março, data limite para votação dos 3 projecto apresentados para a sondagem on-line.



Seria curioso a CMG receber mais projectos dos cidadãos, verdadeiramente participativos, do que votos na sondagem on-line.









domingo, 28 de fevereiro de 2016

Visita às Amendoeiras em Flor

Como é tradição, o Clube de Montanhismo da Guarda organiza todos os anos um passeio pedestre com o pretexto de se visitar as amendoeiras em flor.


Este ano a freguesia de Freixo de Numão (Vila Nova de Foz Côa) foi a escolhida para o passeio, com cerca de 12 km e sem dificuldades técnicas. Responderam à chamada mais de 100 sócios do clube, que contou com a colaboração logística (transporte em autocarro) da Câmara Municipal da Guarda. A meteorologia esteve de feição, depois da chuva e neve dos dias anteriores.

O percurso incluía uma visita ao Sítio Arqueológico do Prazo.

A Natureza adiantou-se um pouco em relação ao habitual, muitas das amendoeiras já tinham perdido a flor. Mas mesmo assim são paisagens que valem sempre a visita. Ficam aqui algumas fotos.

As primeiras flores, logo à saída de Freixo de Numão.
A Primavera está a chegar.
Um grande lameiro!
O relógio e sino da Igreja de Touça, uma freguesia vizinha de Freixo de Numão.
O tanque de Touça. Secagem de roupa ecológica.
Um grande rebanho.
Pormenor do trajecto, por uma calçada antiga.
Árvore completamente vestida de liquen. Sinal de boa qualidade do ar.
Uma vinha a perder de vista.
Durante parte do percurso seguimos esta PR.
Infelizmente não há mais informações no site da CM Vila Nova de Foz Côa.
Inicio da visita ao Sitio Arqueológico do Prazo. Aqui a Capelinha de S. João do Prazo.
Vista geral sobre a Estação Arqueológica do Prazo, uma antiga Villa Romana.
Menir.
Pormenor das ruínas romanas.
A lembrar a Ilha do Pico, uma zona mais exposta onde o provável cultivo da vinha era protegido do vento com muros.
Outra perspectiva da zona de muros.
Já de regresso a Freixo de Numão, passagem por uma zona com estufas de morangos. Alguém sabe onde se vendem?