quarta-feira, 8 de julho de 2020

Reabilitação da rua Virgílio Ferreira e Zona Envolvente

No passado dia 17-06-2020 foi adjudicado à empresa Biosfera Construções Unipessoal, Lda a empreitada de “Reabilitação da Rua Virgílio Ferreira e Zona Envolvente”, pelo valor de 270.551,54 €.

Plano geral do projecto
2_Plano Geral.dwf
O prazo de execução é de 300 dias, o que significa que estará pronta antes das próximas eleições autárquicas, que se vão realizar em Setembro/Outubro de 2021.

Imagem do Google Earth em 2006, antes da construção do Polidesportivo.

A obra consiste na requalificação de um espaço verde, cedência da urbanização envolvente, que deverá ter sido construída durante a década de 90 do século passado. No perímetro da intervenção existe um polidesportivo, construído entre 2007 e 2009 (pelo que é possível averiguar nas imagens do Google e na data das fotos da memória descritiva), mas que está muito degradado por não ter tido a manutenção adequada. As várias árvores que foram plantadas à volta do polidesportivo não sobreviveram, possivelmente por falta de irrigação, com excepção de uma que continua de porte pequeno.

Imagem do polidesportivo em 2009, retirada do Google Street View.

Imagem actual do polidesportivo, degradado e com uma única árvore sobrevivente, que pouco cresceu.

Este é um projecto que já se arrasta há alguns anos, pois as peças colocadas a concurso têm data de Outubro de 2016.

Como é comum no Município da Guarda, o projecto da obra foi feito nos gabinetes da câmara, sem a participação ou conhecimento generalizado dos moradores. Uma obra deste tipo deveria ter sido apresentada aos moradores e à população em geral, havendo um prazo para recolha de opiniões e sugestões, que poderiam ou não resultar em alterações ao projecto.

Em 2017 houve um projecto para este espaço em votação no Orçamento (pouco) Participativo da Guarda, mas que não foi vencedor. Já não é possível encontrar informações na internet sobre esse projecto, pois o site do Orçamento Participativo do Município da Guarda deixou de estar disponível.

Foram muitos anos desde a construção da urbanização, a execução do projecto (2016) e a sua execução, mas a Natureza não parou. Talvez pela iniciativa de alguns moradores, foram plantadas árvores no local, das quais não sei exactamente a espécie, mas que devem ser da família dos Cedros. Em poucos anos passaram de pequenos arbustos para árvores com um porte já considerável, sendo a sua sombra usada por muitas crianças para se abrigarem do Sol enquanto brincam.

As árvores, que nos últimos anos cresceram exponencialmente. 
Estas árvores vêm assinaladas nas peças em concurso, desenhadas em 2016, quando ainda eram de um porte muito menor. À primeira vista parece que vão ser integradas no projecto, mas uma análise mais fina mostra que deverão ser abatidas, para dar lugar a árvores de outra espécie e a um caminho pavimentado.

É de lamentar que tal vá acontecer, pois não seria com certeza difícil alterar as peças desenhadas em 2016 de modo a integrar no projecto estas frondosas árvores, que iriam proporcionar uma agradável sombra no imediato, evitando ter de esperar muitos anos até que as novas árvores o façam.

Será que ainda se vai a tempo de poupar estas árvores?

Detalhe das árvores existente, do caminho pedonal e das novas árvores sobrepostas.
8_Plano Plantação_Árvores.dwf
Reparos à parte, o projecto parece ser muito interessante, com espaços para as crianças e para os adultos, muitas árvores e ervados, um pequeno auditório, caminhos pedonais a ligar os prédios e a recuperação do polidesportivo. Numa zona com alta densidade populacional, muitas crianças pequenas e pessoas com cães, vai ser ainda mais frequentado do que é actualmente. O moradores mais antigos já devem esperar a requalificação do espaço há mais de 20 anos, mas mais vale tarde do que nunca.

As peças a concurso e a memória descritiva estão disponíveis aqui.

Os ficheiros do tipo “dwf” podem ser abertos online em https://viewer.autodesk.com/, que exige um registo prévio com um e-mail.

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Descrição do projecto dos Passadiços do Mondego

Mapa com localização aproximada dos Passadiços do Mondego.
Consultar com detalhe no Google Maps.

Um dos investimentos mais comentados na Guarda nos últimos anos são os Passadiços do Mondego, quer pela importância que os políticos locais lhe têm dado, quer pelas muitas notícias na comunicação social local e nacional.

Apesar da primeira pedra ter sido colocada a 27 de Novembro de 2019, só agora começa a haver obra no terreno.

Este projecto representa um grande investimento para um município com poucos habitantes como o da Guarda. São cerca de 2,9 milhões de euros, um esforço de 72 € a cada habitante. (ver mais abaixo documentos com orçamento).

Apesar de tudo, é ainda um projecto desconhecido para quase todas as pessoas da região. Em primeiro lugar, porque vão ser construídos em locais só acessíveis a quem anda a pé, não sinalizados e muitos vezes fechados pela vegetação.

Mas principalmente porque não houve uma divulgação detalhada do projecto por parte da Câmara Municipal, quer da obra em si, quer de como vai funcionar para receber os turistas (controlo de entradas, transportes, segurança, estruturas de apoio como cafés e restaurantes). Uma obra desta envergadura deveria ter tido um período de discussão pública, recolha de sugestões e maior colaboração com clubes/entidades locais, que conhecem bem o terreno.

Eu felizmente já tenho a sorte de conhecer quase na totalidade o percurso dos Passadiços do Mondego, numa actividade que participei em 2010 organizada pelo Clube de Montanhismo da Guarda.

Da parte do Município da Guarda, foi divulgado um pequeno vídeo de apresentação do projecto.

Mas apesar da pouca divulgação do projecto, as peças colocadas a concurso foram foi divulgadas no Diário da República a 28 de Maio de 2018.

Para quem não está familiarizado com estes temas, a consulta do projecto não é fácil. Os portais dos concursos públicos exigem registo, a busca dos projectos é confusa, sendo preciso tempo e paciência para os encontrar. Por fim, as peças enviadas para concurso muitas vezes não esclarecem bem a quem não é técnico no sector o que vai ser feito em concreto.

Analisando as peças a concurso, continuo com muitas dúvidas, mas já consegui ficar com uma ideia melhor do que vai ser construído e aonde.

Com base nos desenhos do concurso, criei um mapa com o percurso aproximado dos Passadiços da Guarda. Pode ser consultado aqui.

Começam perto de Videmonte e terminam junto ao paredão da Barragem do Caldeirão. Têm cerca de 11,5 km, dos quais mais de metade em cima de passadiços de madeira, uns planos ao longo das margens, outros em escadarias, divididos em 6 troços planos mais 2 escadarias, situados no início e no fim.

O trajecto, de Videmonte para a Barragem do Caldeirão, divide-se da seguinte forma:

Escadaria 1: 260 metros
Caminho 1: 20 metros
Ribeiro 1: 14 metros
Passadiço 1: 530 metros
Ribeiro 2: 18 metros
Passadiço 2: 1880 metros
Ponte 0: No percurso do passadiço 2, não se atravessa no percurso. Ponte já existente a recuperar.
Ponte 1: Ponte nova, logo após o açude do túnel de água para a Barragem do Caldeirão.
Caminho 2: 1710 metros
Ponte 2: No percurso do caminho 2, a Ponte do Ribas, a recuperar e que dá acesso ao slide.
Ponte 3: Ponte nova.
Passadiço 3: 660 metros
Ponte 4: Ponte nova.
Caminho 3: 160 metros
Passadiço 4: 955 metros
Passadiço 5: 1100 metros
Caminho 4: 1010 metros
Passadiço 6: 590 metros
Caminho 5: 2060 metros
Passadiço/Escadaria 7: 790 metros

Atravessa-se o Rio Mondego 5 vezes. Duas em pontes já existentes, 3 vezes em pontes novas em aço e madeira, que vão ser construídas para o projecto. Há ainda mais duas pontes já existentes que vão ser reabilitadas. Uma dessas pontes é a muito fotografada Ponte do Ribas, junto a um novo equipamento de slide duplo, que não percebi como vai ser operado, tendo apenas encontrado referência à compra de equipamentos individuais para 20 utilizadores. Há ainda duas pequenas travessias de ribeiras.

Os passadiços vão ser construídos na sua maioria em cima de matos (78%), dos quais 62% arderam recentemente, segundo o documento “Enquadramento da Flora e Vegetação”. É uma extensão que representa quase metade dos passadiços, o que significa que existe um risco elevado de serem destruídos por incêndios, como já aconteceu noutros passadiços localizados em Portugal.

Do projecto faz parte a construção de algumas antenas de comunicações, pois este é um local com pouca rede de telemóvel. Não consegui perceber se essas antenas serão para utilização pelos operadores de telemóveis, se para comunicações rádio por parte dos funcionários que irão dar apoio aos passadiços.

Para quem quiser saber mais e consultar o projecto em pormenor, coloquei alguns dos ficheiros aqui. Contêm o seguinte:

Temas legais:
Anuncio DR.pdf: O anúncio publicado no Diário da Republico a 28 de Maio de 2018.
Caderno de Encargos.pdf: Normas genéricas sobre a empreitada de obra pública.
Passadiços do Mondego: Lote 1.pdf: Orçamento do lote 1
Passadiços do Mondego: Lote 2.pdf: Orçamento do lote 2
PROGRAMA DO PROCEDIMENTO-2018-Passadicos do Vale do Mondego.pdf: O programa do procedimento, incluindo as instruções para aceder ao portal Vortal.

Descrição do Projecto:
569-17-EST-PE-MD.pdf: A memória descritiva do projecto
569-17-EST-PE-MD-Anx1.pdf: O enquadramento da Flora e Vegetação
569-17-EST-PE-MD-Anx2.1.pdf: Carta militar com a área inundada do Mondego.
569-17-EST-PE-MD-Anx2.2.pdf: Estudos de inundações.
569-17-EST-PE-MD-Anx2.3.pdf: Estudos de inundações.
569-17-EST-PE-MD-Anx2.4.pdf: Estudos de inundações.
569-17-EST-PE-MD-Anx2.5.pdf: Carta militar com bacias hidrográficas do Rio Mondego.
569-17-PE-CT.pdf: Projecto de execução.
569-17-PE-CTE.pdf: Condições técnicas.
MM torres.pdf: Torres de comunicações
Torre medio Porte.pdf: Torres de comunicações

Desenhos e esquemas:
569-17-EST-PE-DES-01-ESBOCO COROGRAFICO.dwfx: Cartas militares com a implementação do projecto.
569-17-EST-PE-DES-02-PL IMPL.dwfx: Planta geral de implementação.
569-17-EST-PE-DES-03-PL.dwfx: Planta de Implementação. Parte 1.
569-17-EST-PE-DES-04-PL.dwfx: Planta de Implementação. Parte 2.
569-17-EST-PE-DES-05-PL.dwfx: Planta de Implementação. Parte 3.
569-17-EST-PE-DES-06-PL.dwfx: Planta de Implementação. Parte 4.
569-17-EST-PE-DES-07-PL.dwfx: Planta de Implementação. Parte 5.
569-17-EST-PE-DES-008-033.dwfx: Projecto de Execução
569-17-EST-PE-DES-034.dwfx: Estudo hidrológico.
569-17-EST-PE-DES-035-039.dwfx: Projecto de Execução

Os ficheiros do tipo “dwfx” podem ser abertos online em https://viewer.autodesk.com/, que exige um registo prévio com um e-mail.

Todos estes ficheiros foram obtidos no portal Vortal e disponibilizados aqui sem nenhuma alteração.

domingo, 24 de maio de 2020

Como começar a usar a bicicleta nas deslocações diárias.



A bicicleta na cidade.
Como começar a usar a bicicleta nas deslocações diárias.

De vários locais do mundo nos chegam noticias de cidades que se transformaram em poucas semanas, criando espaços onde os peões e os ciclistas podem circular em segurança, reduzindo a pressão sobre os transportes públicos.

Para compensar o confinamento, muitas pessoas sedentárias começaram a fazer caminhadas ou foram tirar o pó e as teias de aranha a velhas bicicletas que tinham no fundo da garagem.
Nas lojas de bicicletas, as vendas aumentaram e os serviços de mecânica não têm mãos a medir.

Na Guarda também já chegaram estes ventos de mudança. Há agora muito mais gente a caminhar e famílias completas a passear de bicicleta.


Apesar do revelo duro, é uma cidade pequena. Em muitas situações, o automóvel pode ser trocado pela bicicleta, com múltiplas vantagens para todos.

Aproveitando a minha experiência na utilização da bicicleta como meio de transporte há mais de 25 anos, pretendo ajudar outras pessoas a dar-lhe um maior uso no seu dia-a-dia.

Para tal, faço o convite para um breve encontro, onde irei falar dos seguintes temas:
• Vantagens da bicicleta nas deslocações urbanas.
• Que tipo de bicicleta utilizar.
• Como circular na estrada em segurança.
• As maiores dificuldades: Suor, subidas, estacionamento, chuva, frio, calor.
• Que roupa vestir?
• Equipamentos e acessórios.

Limitado a 8 pessoas, de forma a cumprir o limite estabelecido no Art. 2 b) da Resolução do Conselho de Ministros n.º 33-A/2020.

Para quem já a tiver, pode trazer ou vir na bicicleta que pretende usar para pedalar no dia-a-dia.

Quem não estiver a viver dificuldades económicas, peço que traga alguns bens alimentares não perecíveis, para doar à Cruz Vermelha Portuguesa - Guarda, que nas ultimas semanas tem recebido muitos pedidos de ajuda.

Os interessados devem confirmar a sua presença. Ver como aqui.

Foto do cartaz da Beira Alta TV.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

COVID-19: Criação de áreas pedonais no centro da Guarda

O jornal fictício "Terras do Interior" teve acesso à primeira fase do plano que vai ser implementado no centro da Guarda, para a criação de áreas pedonais e ampliação das esplanadas.

O objectivo é conquistar espaço para poder alargar os passeios, de forma a que os peões possam circular mais afastados e respirar um ar mais puro, além de criar esplanadas mais espaçosas.

Vai também dar um impulso ao comercio de rua, pois podendo circular em segurança, sem poluição e sem ruído, as pessoas vão preferir fazer as compras ao ar livre, em vez de fechadas num centro comercial.

Nesta primeira fase o trânsito automóvel tem poucas restrições, sendo apenas reduzidos alguns locais de estacionamento e encaminhado por ruas paralelas, que em alguns casos passam de 2 faixas de sentido único para 1 faixa para cada sentido.

Caso o plano tenha sucesso, será alargado a mais zonas, especialmente onde haja uma grande concentração de lojas, restaurantes e café e os passeios sejam estreitos. Serão também criadas mais restrições ao trânsito automóvel, com a disponibilização de mini-autocarros eléctricos, a partir de parques de estacionamento periféricos, com viagens de 10 em 10 minutos.

Este é o esquema geral do plano, na zona entre o Jardim José de Lemos, a Rua Alves Roçadas, a Rua Marquês de Pombal e a Rua Dr. Francisco dos Prazeres.

Centro

A verde estão as novas zonas pedonais, onde o trânsito automóvel será fortemente condicionado, havendo permissões de curta duração para residentes, acessos a garagens e cargas e descargas.

Este é o esquema na Rua Doutor Lopo de Carvalho e Av. dos Bombeiros Voluntários Egitanienses.

LopoCarvalho

De seguida, o detalhe das alterações, rua a rua.



Na Av. dos Bombeiros Voluntários, depois da viragem para o Largo do Torreão, haverá apenas um sentido, permitindo aumentar o espaço para os peões.



A Rua Dr. Lopo de Carvalho passa a ter só um sentido, permitindo aumentar o espaço para os peões, que actualmente arriscam a vida num estreito corredor ao nível da faixa de rodagem, ao mesmo tempo que o limite de 20 km/h é ignorado. É normal haver carros mal estacionados em cima do local para os peões, obrigando-os a ir para o meio da rua. Note-se o estado do sinal de 20 km/h, fruto do local ser estreito para duas faixas. Os automóveis podem descer em alternativa em direcção à Rua Almirante Gago Coutinho.




O Largo João de Almeida, onde quem vem do centro tem de virar à direita ou à esquerda, não podendo entrar na estreita Rua Dr. Lopo de Carvalho, nem na Rua do Comércio, como já acontece actualmente.



No sentido contrário, deixa de se poder seguir pela Rua Alves Roçadas, evitando que a zona seja usada por trânsito de passagem e permitindo alargar os passeios numa zona nobre da cidade e de intensa utilização por peões, como é a entrada para o Museu da Guarda, o Paço da Cultura e a PSP.



A vista da entrada da PSP. Onde está a fita é um óptimo local para colocar uns bancos de jardim, alargando o passeio à custa do estacionamento. É uma rua bastante larga, mas actualmente com um passeio ridículo.



Um novo local de encontro dos egitanienses. O Largo General Humberto Delgado, onde vão poder usufruir de amplas esplanadas e do Jardim José de Lemos sem o ruído e fumo dos automóveis.



Em vez do Jardim José de Lemos estar "aprisionado" no centro de uma rotunda, o transito passa a circular apenas por um dos lados, deixando de haver duas faixas no mesmo sentido, para haver dois sentidos. Estas alterações no trânsito irão fazer com que menos automobilistas utilizem esta zona como passagem para outros locais. Na foto, a Rua Francisco Salgado Zenha.


A continuação da Rua Salgado Zenha, onde há espaço suficiente para manter os 2 sentidos e ainda alguns lugares de estacionamento, que acabam por formar uma barreira ao ruído para o Jardim José de Lemos.



O Jardim José de Lemos, do lado da Rua Alves Roçadas, onde o trânsito vai ser proibido, excepto no acesso para a Rua Doutor Vasco Borges, no sentido contrário ao actual.



No outro extremo do Jardim José de Lemos, na intercepção da Rua Alves Roçadas e Largo General Humberto Delgado. Veja-se o tamanho dos passeios de um lado e do outro, apesar do espaço disponível, preenchido com zebras e usado muitas vezes para estacionamento indevido.



Outra vista do local, a partir do fim da Rua do Encontro. Aqui passa a ser obrigatório virar à esquerda, diminuindo-se assim o trânsito na Rua do Encontro, que apesar do seu perfil, é muitas vezes usada como atalho pelos automobilistas.



O segundo grande espaço que vai ser devolvido aos peões, o Largo João de Deus. O que é actualmente um parque de estacionamento, muitas vezes desordenado e desolador, pode-se transformar numa nova centralidade, com amplas esplanadas, sombra de árvores, espectáculos ao vivo e eventos culturais, em conjugação com o Museu da Guarda e o Paço da Cultura.
São muitos metros quadrados, agora ocupados por meia dúzias de automóveis, para serem desfrutados pelas pessoas.



O mesmo se passa no arruamento paralelo, a Avenida Infante Dom Henrique. Com muitos restaurantes, que actualmente pouco espaço têm para esplanadas, comércio e serviços importantes como a Segurança Social. Já tem actualmente pouco transito, mas é ocupada em alguns locais por 4 faixas para carros (2 de estacionamento, 1 de estacionamento em segunda fila e uma de circulação). Que se encha de esplanadas!



Não havendo transito na Avenida Infante Dom Henrique, também a Rua Balha e Melo se torna pedonal, dignificando a entrada principal para a Câmara Municipal da Guarda e permitindo criar mais algumas esplanadas.



O trânsito da Avenida Infante Dom Henrique é desviado para a Avenida Cel. Orlindo de Carvalho, que tem actualmente 2 faixas de rodagem no mesmo sentido. Passa a ter 2 sentidos.



Para poder fazer a ligação entre a Avenida Infante Dom Henrique (pedonal) e a Avenida Cel. Orlindo de Carvalho, a Rua Marquês de Pombal passa a ter dois sentidos no troço junto ao Tribunal e Segurança Social.



Uma das ruas mais íngremes da Guarda, com um passeio minúsculo e com uma grande utilização por peões, vai-se tornar pedonal. É a Rua Dom Nuno Alvares, entre a R. Dr. Francisco Pais e o Largo de São Francisco. Quem quiser passar este troço, terá que dar a volta e passar junto ao Hotel Turismo, tornando este trajecto menos atractivo para quem o uso apenas como passagem. 



Cortando o trânsito que sobe a meio da Rua Dom Nuno Alvares, consegue-se alargar os passeios no seu topo, que como se vê pela foto, são estreitos para 2 pessoas se cruzarem. Este troço fica só para descida, mas caso o trânsito seja escasso, poderá no futuro ser cortado. Do lado esquerdo, em cima, fica um terraço do Hotel Turismo, que teria tudo a ganhar se não houvesse carros nesta zona.



No sentido inverso, o topo da Rua Dom Nuno Alvares, onde não se podendo seguir em frente, se pode virar à direita para a Praça do Município ou à esquerda para a Rua Francisco Salgado Zenha



O atravessamento da Rua Dom Nuno Alvares, vindo do Largo de São Francisco. Passa apenas a ser permitido seguir em frente, não sendo autorizada a viragem à direita em direcção ao Jardim José de Lemos. Dado que debaixo deixam de vir carros, deixa de ser necessário o STOP e de ser problema a falta de visibilidade para o lado esquerdo.


Todas estas mudanças são rápidas e fáceis de executar. É necessário nivelar alguns triângulos, alterar a sinalização, bloquear as zonas pedonais, deixando apenas espaço para o transito autorizado (moradores, acessos a garagens, cargas e descargas) e marcar os novos limites dos passeios com marcos ou floreiras. 

Podem-se assim testar as alterações, que são facilmente reversíveis. Mas o mais provável é descobrir-se que a queixa habitual de que não há ninguém nas ruas se devia apenas à falta de espaço e condições para o peões e não a décadas de quarentena auto-imposta.

Tal como já aconteceu em milhares de outras cidades, alguns comerciantes com menos visão vão criticar as medidas, pois não percebem que quem compra são as pessoas e não os automóveis. Na realidade, quer os cafés e restaurantes, quer o comercio de rua vão ganhar muitos clientes e não tardará que noutras ruas sejam pedidas idênticas medidas.