quinta-feira, 21 de maio de 2020

COVID-19: Criação de áreas pedonais no centro da Guarda

O jornal fictício "Terras do Interior" teve acesso à primeira fase do plano que vai ser implementado no centro da Guarda, para a criação de áreas pedonais e ampliação das esplanadas.

O objectivo é conquistar espaço para poder alargar os passeios, de forma a que os peões possam circular mais afastados e respirar um ar mais puro, além de criar esplanadas mais espaçosas.

Vai também dar um impulso ao comercio de rua, pois podendo circular em segurança, sem poluição e sem ruído, as pessoas vão preferir fazer as compras ao ar livre, em vez de fechadas num centro comercial.

Nesta primeira fase o trânsito automóvel tem poucas restrições, sendo apenas reduzidos alguns locais de estacionamento e encaminhado por ruas paralelas, que em alguns casos passam de 2 faixas de sentido único para 1 faixa para cada sentido.

Caso o plano tenha sucesso, será alargado a mais zonas, especialmente onde haja uma grande concentração de lojas, restaurantes e café e os passeios sejam estreitos. Serão também criadas mais restrições ao trânsito automóvel, com a disponibilização de mini-autocarros eléctricos, a partir de parques de estacionamento periféricos, com viagens de 10 em 10 minutos.

Este é o esquema geral do plano, na zona entre o Jardim José de Lemos, a Rua Alves Roçadas, a Rua Marquês de Pombal e a Rua Dr. Francisco dos Prazeres.

Centro

A verde estão as novas zonas pedonais, onde o trânsito automóvel será fortemente condicionado, havendo permissões de curta duração para residentes, acessos a garagens e cargas e descargas.

Este é o esquema na Rua Doutor Lopo de Carvalho e Av. dos Bombeiros Voluntários Egitanienses.

LopoCarvalho

De seguida, o detalhe das alterações, rua a rua.



Na Av. dos Bombeiros Voluntários, depois da viragem para o Largo do Torreão, haverá apenas um sentido, permitindo aumentar o espaço para os peões.



A Rua Dr. Lopo de Carvalho passa a ter só um sentido, permitindo aumentar o espaço para os peões, que actualmente arriscam a vida num estreito corredor ao nível da faixa de rodagem, ao mesmo tempo que o limite de 20 km/h é ignorado. É normal haver carros mal estacionados em cima do local para os peões, obrigando-os a ir para o meio da rua. Note-se o estado do sinal de 20 km/h, fruto do local ser estreito para duas faixas. Os automóveis podem descer em alternativa em direcção à Rua Almirante Gago Coutinho.




O Largo João de Almeida, onde quem vem do centro tem de virar à direita ou à esquerda, não podendo entrar na estreita Rua Dr. Lopo de Carvalho, nem na Rua do Comércio, como já acontece actualmente.



No sentido contrário, deixa de se poder seguir pela Rua Alves Roçadas, evitando que a zona seja usada por trânsito de passagem e permitindo alargar os passeios numa zona nobre da cidade e de intensa utilização por peões, como é a entrada para o Museu da Guarda, o Paço da Cultura e a PSP.



A vista da entrada da PSP. Onde está a fita é um óptimo local para colocar uns bancos de jardim, alargando o passeio à custa do estacionamento. É uma rua bastante larga, mas actualmente com um passeio ridículo.



Um novo local de encontro dos egitanienses. O Largo General Humberto Delgado, onde vão poder usufruir de amplas esplanadas e do Jardim José de Lemos sem o ruído e fumo dos automóveis.



Em vez do Jardim José de Lemos estar "aprisionado" no centro de uma rotunda, o transito passa a circular apenas por um dos lados, deixando de haver duas faixas no mesmo sentido, para haver dois sentidos. Estas alterações no trânsito irão fazer com que menos automobilistas utilizem esta zona como passagem para outros locais. Na foto, a Rua Francisco Salgado Zenha.


A continuação da Rua Salgado Zenha, onde há espaço suficiente para manter os 2 sentidos e ainda alguns lugares de estacionamento, que acabam por formar uma barreira ao ruído para o Jardim José de Lemos.



O Jardim José de Lemos, do lado da Rua Alves Roçadas, onde o trânsito vai ser proibido, excepto no acesso para a Rua Doutor Vasco Borges, no sentido contrário ao actual.



No outro extremo do Jardim José de Lemos, na intercepção da Rua Alves Roçadas e Largo General Humberto Delgado. Veja-se o tamanho dos passeios de um lado e do outro, apesar do espaço disponível, preenchido com zebras e usado muitas vezes para estacionamento indevido.



Outra vista do local, a partir do fim da Rua do Encontro. Aqui passa a ser obrigatório virar à esquerda, diminuindo-se assim o trânsito na Rua do Encontro, que apesar do seu perfil, é muitas vezes usada como atalho pelos automobilistas.



O segundo grande espaço que vai ser devolvido aos peões, o Largo João de Deus. O que é actualmente um parque de estacionamento, muitas vezes desordenado e desolador, pode-se transformar numa nova centralidade, com amplas esplanadas, sombra de árvores, espectáculos ao vivo e eventos culturais, em conjugação com o Museu da Guarda e o Paço da Cultura.
São muitos metros quadrados, agora ocupados por meia dúzias de automóveis, para serem desfrutados pelas pessoas.



O mesmo se passa no arruamento paralelo, a Avenida Infante Dom Henrique. Com muitos restaurantes, que actualmente pouco espaço têm para esplanadas, comércio e serviços importantes como a Segurança Social. Já tem actualmente pouco transito, mas é ocupada em alguns locais por 4 faixas para carros (2 de estacionamento, 1 de estacionamento em segunda fila e uma de circulação). Que se encha de esplanadas!



Não havendo transito na Avenida Infante Dom Henrique, também a Rua Balha e Melo se torna pedonal, dignificando a entrada principal para a Câmara Municipal da Guarda e permitindo criar mais algumas esplanadas.



O trânsito da Avenida Infante Dom Henrique é desviado para a Avenida Cel. Orlindo de Carvalho, que tem actualmente 2 faixas de rodagem no mesmo sentido. Passa a ter 2 sentidos.



Para poder fazer a ligação entre a Avenida Infante Dom Henrique (pedonal) e a Avenida Cel. Orlindo de Carvalho, a Rua Marquês de Pombal passa a ter dois sentidos no troço junto ao Tribunal e Segurança Social.



Uma das ruas mais íngremes da Guarda, com um passeio minúsculo e com uma grande utilização por peões, vai-se tornar pedonal. É a Rua Dom Nuno Alvares, entre a R. Dr. Francisco Pais e o Largo de São Francisco. Quem quiser passar este troço, terá que dar a volta e passar junto ao Hotel Turismo, tornando este trajecto menos atractivo para quem o uso apenas como passagem. 



Cortando o trânsito que sobe a meio da Rua Dom Nuno Alvares, consegue-se alargar os passeios no seu topo, que como se vê pela foto, são estreitos para 2 pessoas se cruzarem. Este troço fica só para descida, mas caso o trânsito seja escasso, poderá no futuro ser cortado. Do lado esquerdo, em cima, fica um terraço do Hotel Turismo, que teria tudo a ganhar se não houvesse carros nesta zona.



No sentido inverso, o topo da Rua Dom Nuno Alvares, onde não se podendo seguir em frente, se pode virar à direita para a Praça do Município ou à esquerda para a Rua Francisco Salgado Zenha



O atravessamento da Rua Dom Nuno Alvares, vindo do Largo de São Francisco. Passa apenas a ser permitido seguir em frente, não sendo autorizada a viragem à direita em direcção ao Jardim José de Lemos. Dado que debaixo deixam de vir carros, deixa de ser necessário o STOP e de ser problema a falta de visibilidade para o lado esquerdo.


Todas estas mudanças são rápidas e fáceis de executar. É necessário nivelar alguns triângulos, alterar a sinalização, bloquear as zonas pedonais, deixando apenas espaço para o transito autorizado (moradores, acessos a garagens, cargas e descargas) e marcar os novos limites dos passeios com marcos ou floreiras. 

Podem-se assim testar as alterações, que são facilmente reversíveis. Mas o mais provável é descobrir-se que a queixa habitual de que não há ninguém nas ruas se devia apenas à falta de espaço e condições para o peões e não a décadas de quarentena auto-imposta.

Tal como já aconteceu em milhares de outras cidades, alguns comerciantes com menos visão vão criticar as medidas, pois não percebem que quem compra são as pessoas e não os automóveis. Na realidade, quer os cafés e restaurantes, quer o comercio de rua vão ganhar muitos clientes e não tardará que noutras ruas sejam pedidas idênticas medidas.

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