sexta-feira, 9 de março de 2012

Manifestação pelo troço ferroviário entre a Guarda e Covilhã

No inicio do ano de 2009, a circulação de comboio entre a Guarda e a Covilhã foi suspensa. Na altura foram apresentadas razões de segurança e foram prometidas obras profundas na linha, numa primeira fase, a que se seguiria a sua electrificação.

As recauchutadas automotoras Allan, apesar de poderem atingir os 100 km/h, nessa altura demoravam bem mais de uma hora a ligar as duas cidades, distância que podia ser percorrida em pouco mais de 30 minutos pela A23, na altura sem portagens. Os passageiros eram muito poucos, o que é normal com apenas 3 viagens diárias em cada sentido e a dobrar o tempo de viagem de autocarro ou o carro particular.

Fonte: www.cp.pt

As coisas até pareciam estar a correr bem. Numa primeira fase, a via foi renovada desde Caria até Belmonte e o túnel do Barração/Sabugal foi beneficiado e preparado para a electrificação, obras onde foram gastos cerca de 7 milhões de euros, segundo o site da REFER.

Mas entretanto a obra foi esquecida, quer por quem está longe em Lisboa, quer por quem foi eleito para defender os interesses das populações locais.

Aqui pela Guarda, os políticos de quando em vez lembram-se da Linha, muitas vezes porque na Covilhã o assunto é relembrado primeiro.

Aspecto da Linha da Beira Baixa perto da Guarda. Está à esquerda, no meio das ervas.


Mas as declarações que são proferidas pelos responsáveis políticos da Guarda só mostram a pouca importância que dão ao assunto e a falta de respeito por quem os elegeu e lhes paga o ordenado e muitas outras regalias.

Veja-se esta noticia, do Jornal "O Interior" de dia 21-07-2011. São declarações do Eng. Joaquim Valente, presidente da Câmara da Guarda:
«Os trabalhos até à Guarda estão ativos, como o rebaixamento do túnel do Barracão para passar a catenária e a supressão de passagens de nível. Como estamos no final da linha, as intervenções fazem-se mais tarde e é preciso cortar totalmente a circulação. O que sei é que se está a cumprir a calendarização da obra».

Mas consultando o site da REFER, as obras no túnel do Barracão já tinham sido concluídas em Março de 2011, assim como a renovação da via entre Caria e Belmonte. Não havia nenhum obra a decorrer nem muito menos a calendarização prevista em 2009 aquando do encerramento do troço iria ser cumprida. Alias, actualmente nem sequer há calendarização.


Cartaz junto ao túnel do Sabugal.

Como é que alguém pode ser presidente de um município e não estar informado sobre um assunto tão importante para as populações e para as empresas como uma linha de caminho-de-ferro? 

Recentemente, a Linha da Beira Baixa volta às páginas dos jornais. A CP, e bem na minha opinião, resolveu acabar com o serviço de autocarros alternativos entre a Guarda e a Covilhã. Circulavam por estradas rurais, algumas já com muito pouco asfalto, demorando tanto tempo que a velhinha automotora.

Há algumas semanas, um cidadão nascido na Guarda criou um movimento no site do Governo, onde é pedida a reabertura da Linha da Baixa entre a Covilhã e a Guarda.

Paralelamente convocou também uma manifestação para o próximo sábado, dia 10 de Março às 15 horas, junto à Estação da Guarda. Espero estar presente e que muito mais pessoas vão também. É preciso mostrar a quem nos (des)governa que não vamos permitir que aconteça aqui o mesmo que no Tua, em Vila Real ou em quase todo o Alentejo.

Um pergunta final. Será que os políticos (no poder e na oposição) que neste 3 anos com a linha fechada nada fizerem, vão aparecer para dizer palavras bonitas aos jornalistas? Lata para isso têm eles.


4 comentários:

  1. Potugueses:Portugal tem a sua maior divida,de oito séculos,devido a 2800km de autoestradas,ao lado das grandes linhas férreas,matando a CP,com uma concorrência desleal nunca vista.O lucro dessas autoestradas,é uma média de 700 mortos por ano,o que dá em 20 anos 14.000 mortos,a viajarem em carros pretos cheios de flores a caminho do cemitério em marcha lenta.A REDE FERROVIÀRIA foi encerrada á 30 anos!Os ministros nunca viram um combóio em dupla tração,tem a profissão errada.As autoestradas são CEMITÈRIOS de Porugal.O COMBÒIO È O TRANSPORTE TERRESTRE MAIS SEGURO,CÒMODO,ECONÒMICO,NÃO POLUENTE E RÀPIDO NO MUNDO PARA O TERCEIRO MILÈNIO.A VIDA DUM PASSAGEIRO NÃO TEM PREÇO.Tem euros para autoestradas,mas para linhas caminho de ferro,o rémédio é serem todas ensserradas.A REDE FERROVIÀRIA frve ser toda renovada e eletrificada com urgência.As carruagens com dois pisos e vagons com o dobro da caixa.Da Covilhã a ´Guarda,agora não sei mas talvez uma unidade de dois pisos moderna.Por favor não comparem um comboio com um autocarro.Trabalhei na estação da Guarda 1952 e Covilhã 1957.Os combóios em Portugal e Espanha são os mais seguros no Mundo.Em 25 anos nunca tive um acidente,ou morreu um passageiro.Ex chefe de estação ,e de combóios na E$STRELA de EVORA.Mauricio Arrais.Abtantes.

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  2. Portugueses:Os ministros de Portugal foram uns falhados em 1983 começou o afundamento da nau.Encerraram mais de 800km de linhas no Alentejo e no Norte.Em vez de reparar as linhas com 150 anos,como fizeram os outros paises,construiram mais de 48 auto estradas com mais de 2800km,algumas ao lado das linhas da CP.fazendo uma concorrência desleal,que originou a ruina da REDE FERROVIÀRIA em Portugal.A divida fabulosa á TROIKA,foi construir auto estradas por montes e vales,devemos ser campeões do Mundo.Por todo o lado arruinaram milhares de agricultores,destruindo as suas pequenas propriedades,muitas cortadas ao meio.Em oito séculos,foi o maior desastre financeiro,que talvez dure uma dezena de anos.Os falhados responsáveis,leiam o comentário n1 com atenção.Portugal,precisa da REDE FERROVIÀRIA,toda renovada,e umas seis linhas internacionais.O combóio pode circular a mais de 570km/h.Nas auto estradas em 13 anos morreram mais de 15.740 passageiros,o equivalente a um cemitério duma cidade média.È urgente essa ligação para Vilar Formoso.Combóios internacionais com carruagens de dois pisos.Nunca é tarde para ensinar.Mauricio Arrais .Abrantes.

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  3. Portugueses:Como foi possivel construir tanta auto estrada,ao lado de linhas de caminho de ferro de longa distância:Exemplos,A1,A2,A3,A6,A8,A13,A14,A17,A22,A23,A24,A25,A26,A28.Somos campeões da Europa em auto estradas,e mortos tambem.Vejam na foto em cima,a A23 perto da Guarda,matou a linha da Beira Baixa,e até os carris desapareceram.Os outros paises da Europa,América,Ásia,Àfrica,Oceânia,renovaram linhas,e construiram,Portugal foi o único que encerrou uns 800km de linhas.Talvez para a RODÓVIA ficar senhora dos transportes.Foi o maior desastre financeiro em oito séculos,gastarem milhões de euros em auto estradas faraónicas,ficando o pais á beira da banca rota.Ninguem fiscalizou estes gastos de milhões sem proveito.O s combóios em Portugal e Espanha são os mais seguros no Mundo.A fábrica de travessas de betão no Tramagal,encerrou por falta de encomendas da Refer.Mauricio Arrais.Abrantes.

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  4. O problema não são as auto-estradas em si. O problema é a decisão política de encerrar as linhas de caminho-de-ferro. É sabido que já existiram diversas crises dos combustíveis, e haverá várias no futuro até que os carros sofram uma revolução ou desapareçam, entre tanto os comboios deveriam manter-se, porque gerar energia elétrica para os comboios é muito mais fácil e existem mil e uma formas de o fazer para uma estrutura fixa. Além disso o comboio é bastante mais seguro em termos de acidentes. O conforto (em alguns comboios), o cumprimentos rigoroso de horários, a segurança/ vigilância, o aspeto degradado de muitas das carruagens, até a simples passagem da plataforma para o interior da carruagem (devido ao elevadíssimo desnível), o posicionamento de espera para entrar logo na carruagem correta na estação... são tudo problemas que tem de ser resolvidos, se o comboio quer concorrer com os carros na atualidade. E claro os comboios não conseguem fazer concorrência ao carro, de jeito nenhum!!! Com as greves consecutivas ao longo dos anos, e com esta atual que já vem ocorrendo dia sim, dia sim desde Setembro de 2012 ou antes... muita gente se lembra dos anos 90 quando existiram greves sem fim, muitas empresas deixaram de usar os comboios para distribuir as suas encomendas, e as pessoas viraram-se para os automóveis... agora façam lá as greves que quiserem, que a gente não quer nem saber disso para alguma coisa.

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