sábado, 17 de setembro de 2011

Semana Europeia da "vamos fingir que somos muito ecológicos"

Hoje entrámos novamente na "Semana Europeia da Mobilidade" (SEM).

De ano para ano este evento tem perdido força. Apesar disso, um pouco por todo o país esta semana serve para anunciar medidas a favor da mobilidade urbana sustentável. Até agora, na minha opinião, a mais importante que tive conhecimento é o fim da restrição horária no transporte de bicicletas nos comboios da Fertagus. Pena serem só 4 bicicletas por comboio, o possível face à frota escassa para a procura existente...


Aqui pelo Distrito a SEM é comemorada de uma forma muito tímida, sendo pouco os municípios que têm actividades.

Uma das poucas excepções é a capital de distrito, onde já existe dimensão suficiente para a mobilidade urbana ser um problema a analisar e resolver.


Fica assim aqui o link para o programa das festas. Que curiosamente só foi anunciado um dia antes do inicio da SEM. Será que é para ver se ninguém participa por nem saber?

Mas como comentar o texto publicado no site da CMG sobre a SEM? Só mesmo rindo muito!

Desde o ano passado a rede de transportes públicos urbanos foi remodelada. A chamada remodelação para inglês ver. Um pequeno exemplo, antes nenhuma paragem tinha horários. Com a nova rede, algumas paragens passaram a ter horários, mas errados...entretanto já foram corrigidos, mas quem experimenta e é mal servido não volta.

De resto, pouco foi feito. Há passadeiras assassinas por toda a cidade, locais conhecidos pelos vários atropelamentos e que não são corrigidos. Os passeios estão cheios de buracos, de carros estacionados ou nem existem em muitos locais. Os parquímetros existem em poucas ruas, funcionam bem mas ainda ninguém me explicou quem os fiscaliza....

E como incentivar alternativas ao uso do carro? É fácil, criando mais um parque de estacionamento no centro da cidade, curiosamente no único local que vai ser cortado ao trânsito durante a SEM. Outra boa ideia é alargar avenidas, passando de 2 faixas para 4 faixas, criando vias rápidas urbanas. Felizmente as trapalhadas são tantas que nenhuma obra avança.

Por isso fica aqui a sugestão para a CMG. Se nas outras 51 semanas o conceito de mobilidade urbana sustentável é tratar mal os peões e fazer todos os possíveis para trazer mais automóveis para o centro da cidade...esqueçam que existe a SEM, sempre se poupa algum dinheiro.

Por fim, se segundo a propaganda: "tendo já implementado várias medidas permanentes que permitem criar condições para uma mobilidade mais acessível a todos e mais sustentável para o ambiente.", como é possível isto em frente ao símbolo da Guarda?


Felizmente os cidadãos da Guarda estão bem à frente de quem comanda os destinos da cidade. Apesar das subidas, há cada vez mais pessoas a usar a bicicleta como meio de transporte (a RBI bem que podia dar uma ajuda, é só copiar). Quem não é tão corajoso, percebeu que sabe bem caminhar 20 ou 30 minutos antes de chegar ao trabalho e também no final do dia. Os autocarros, apesar de todos os problemas, parecem-me mais cheios do que há um ano atrás. 

Esperemos que estas mudanças de comportamento sejam percebidas a tempo de serem evitados erros na construção de infraestruturas caras, sendo o pouco dinheiro disponível canalizado para obras simples, tornando a cidade mais agradável. 

E que bons são os dias de neve, com os enlatados presos nas garagens! Em breve estarão de volta!


5 comentários:

  1. Desculpe, mas para criticar já bastam os que cá estão. Não é necessário virem os de fora. Ainda por cima de alguém que não deve perceber nada do assunto. Tem cá algum investimento realizado. Tem alguma loja na Rua do Comércio (pra piões), sabe o que é trabalhar no centro histórico e não ter onde deixar o carro. É por causa de imbecis como você que a as decisões são tomadas à toa. Qual mobilidade, qual quê.
    De onde veio não o ouviam e agora vem para aqui a ver se tem púbico. Pois digo-lhe. Apesar de tudo gosto muito da minha terra e não admito que um tonto qualquer venha para aqui a falar mal dela constantemente.

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  2. Sou da Guarda e considero ridículo e ofensivo o comentário anterior . Se há culpados no que toca ao desaparecimento de potenciais clientes na rua do comércio e praça velha com certeza não são aqueles que defendem o óbvio e fácil de constatar mas sim quem nunca se preocupou de forma séria com o estacionamento na área envolvente ao centro histórico numa altura em que se deveria ter aproveitado um programa como o polis que distribuiu milhões mas que foi pensado em cima do joelho... ou já não se recordam do monocarril e do restaurante panorâmico...

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  3. Eu sou comerciante na Guarda e sou da opinião do comentador de 17 Setembro. O trânsito nunca deveria ter saído da Rua do Comércio e da Praça Velha. Quem me dera que o que se vê naquela fotografia eu pudesse ver todos os dias da semana.
    Todos falam, mas não precisam dos clientes para viver. E quem fala destas coisas em nome dos outros nem sequer tem um comércio ou é empresário. Ouçam-nos mais vezes a nós em vez de ouvirem os jornalecos. Que sabem eles do que é sobreviver no Centro.
    Mas, também acho que o primeiro comentário é ofensivo, mas deve ser o desespero a falar mais alto.

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  4. Rui, excelente artigo! Concordo com tudo o que referiste.
    Tomáramos nós que todos "os de fora" e os de cá tivessem esta preocupação.
    Comentários como o primeiro, que soluções ou argumentos trouxe para aqui?? Zero, nada! É como o próprio refere, "para dizer mal já bastam os que estão cá"! E assim se resolvem problemas.... a dizer mal.
    Abraço

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  5. Bom, tendo eu vindo viver para a Guarda há relativamente pouco tempo, não conhecesse eu a cidade e já um numero muito considerável de guardenses, que têm ajudado a que a integração esteja a ser mais que perfeita, ficava já a pensar "oh diabo, em que terra me vim meter eu?", depois ler a "critica" / insulto gratuito, do primeiro comentário. De cá ou não,vivemos cá todos, e de uma forma ou de outra contribuímos para uma melhor cidade. E esta cidade precisa cada vez mais de atrair pessoas de fora e fixar as de cá,gente que se fixe e gaste cá os seus tostões, mas contribua também com critica e sugestões para aquilo que devem ser as opções a tomar na gestão da cidade. O artigo do Rui faz o alerta para a necessidade um melhor serviço de transportes públicos. Um melhor e mais eficiente serviço de transportes públicos contribui para uma melhor cidade, com mais qualidade de vida, com mais facilidade de mobilidade, mais eficiente, etc etc. e tudo isto, mais ainda numa cidade com a geografia da Guarda, é um contributo para que a Guarda se torne mais atractiva aos olhos de toda a gente!

    Não é com certeza com posições como a que o senhor toma, em especial a forma como as coloca, a coberto de um confortável anonimato, e com uma argumentação tão pobre, que vai conseguir mudar aquilo que considera estar mal!
    O comércio tradicional está como está por multiplas razões, não apenas na Guarda, mas em todo o lado. Não queira colocar a Guarda ao lado desta tendência. Cabe, antes demais, aos comerciantes, dar aos mãos e procurar soluções para dinamizar mais e melhor o comércio tradicional e devolver vida ao centro histórico!

    e pode ter a certeza que se houver capacidade de atrair as pessoas vão, mesmo não podendo ir com o carro à porta das lojas!

    abraço

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