sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A Torre não é a Serra!

No Inverno, a Serra da Estrela é presença constante nos telejornais e jornais.

A maior parte das vezes, para dar conta de que as estradas para a Torre (felizmente) estão fechadas. 

Todos os anos aparecem também uns quantos políticos locais a reclamar contra o trabalho incansável das Estradas de Portugal, queixando-se que os turistas se vão embora porque não conseguem chegar à Torre.

O que eles não sabem é que a Serra da Estrela não se resume ao 1 km2 horrível que é a Torre, com centros comerciais decadentes, sacos de plástico, lixo com fartura e engarrafamos capazes de envergonhar o IC19.

São cada vez mais os turistas que já descobriram a verdadeira Serra e que tiram partido dela, sempre bem longe do alcatrão.

Como exemplo desse facto pode-se dar a ultima actividade realizada pelo Clube de Montanhismo da Guarda, a Travessia do Maciço Central da Serra da Estrela, que apesar do nível de dificuldade elevado, contou com cerca de 30 participantes, oriundos de várias partes de Portugal.


Para quem está habituado a ver apenas imagens dos engarrafamentos na Torre, aqui ficam umas belas fotos. Sim, são na Serra da Estrela, não é publicidade enganosa!










Todas as fotos de Arménio Bernardo, excepto a próxima, de Tiago Lages:


Veja aqui muitas mais fotos do Paulo Coelho e do Sérgio Pissarra.

Para quem ficou com água na boca, a próxima actividade na Serra da Estrela do Clube de Montanhismo da Guarda é já no fim-de-semana de Carnaval.


E como aqui bem perto há outros tesouros, uma sugestão para a Serra de Béjar.


As actividades na Serra da Estrela estão reservados a sócios do Clube de Montanhismo da Guarda, por questões relacionadas com o regulamento do Parque Natural. Mas ser sócio só custa 12 € por ano, pelo que não é impedimento para quem estiver interessado em conhecer a verdadeira Serra da Estrela. Ver aqui como.


1 comentário:

  1. Só tenho a agradecer a facto de teres mencionado o Clube de Montanhismo da Guarda a propósito do teu comentário sobre a Torre, turistas e a estrada de ligação ao ponto mais alto de Portugal.

    Todo o que disseste é a triste verdade que se passa actualmente na Serra da Estrela. Os órgãos de comunicação social apenas falam dela quando neva e são cortadas as estradas de acesso ao maciço superior. Deviam era sim divulgá-la mais durante o ano inteiro, pois a serra não é só a neve (já de si muito pouca e durante pouquíssimos messes). As actividades que os clubes de montanha realizam ao longo do ano nestas paragens também deveria ter um pouco de tempo de antena, pois somos nós (clubes de montanha) que muitas vezes a damos a conhecer fora do alcatrão, e como tu dizes e muito bem, o Clube de Montanhismo da Guarda faz isso de forma bem económica desde a sua criação (há 34 anos atrás) na Serra da Estrela, ao contrário de muitas empresas ligadas aos desportos de natureza.

    Na minha modesta opinião, como conhecedor da Serra da Estrela, a estrada de ligação Piornos - Torre - Lagoa Comprida já deveria estar fechada, pelo menos aos fins-de-semana e datas assinaladas, a fim de retirar os engarrafamentos desta, principalmente quando a serra fica coberta de branco. A solução alternativa e mais económica para fazer chegar o turista/visitante ao ponto mais alto poderia passar por o Parque Natural da Serra da Estrela ter à disposição de quem quer visitar esse local, autocarros. Autocarros que que deveriam estar nos Piornos e na Lagoa Comprida, e que transportem as pessoas para cima e para baixo durante um determinado período do dia.
    Controlava-se assim o número de turistas/visitantes no ponto mais alto (que é Zona de Protecção Especial), evitava-se que viaturas automóveis circulassem ao lado de um ecossistema já de si muito frágil e o Parque Natural ao realizar um serviço destes poderia ter alguns dos seus funcionários a prestar aconselhamento (e outras informações importantes) sobre as regras a tomar dentro de uma área protegida a quem a visita. Isto já se faz pela Europa em outros parques naturais. Imagino o que será um dia se houver um grande acidente neste itinerário para fazer chegar o socorro a quem necessitar. A serra é de todos nós e é necessário que se conserve, proteja e salvaguarde todo um património natural e histórico-cultural riquíssimo existente não só lá no alto da Torre, bem com, em todo o seu entorno, sob pena de que um dia aquilo porque a serra é procurada e tem para oferecer, deixe de existir.

    Sérgio Pissarra

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