segunda-feira, 12 de março de 2012

O Galo ardeu, nem a alemã gorda o salvou!

Já com algum atraso, ficam aqui algumas fotos do Julgamento e Morte do Galo do Entrudo.


É uma tradição recente aqui na Guarda. Na 2º feira de Carnaval é feito junto à o Julgamento do Galo, que é acusado de todo o mal que aconteceu durante o ano.


 O Galo, a caminho do Julgamento


Este ano o Galo não iria ser acusado apenas das coisas más que aconteceram na Guarda (são sempre as mesmas), mas sim de todo o país.




A caminho da Praça Velha

Companhia de animação de rua Kull D’Sac



A acusação iria ser feita pelo melhor representante de todos nós, o Zé Povinho. Afinal, fomos nós os mais prejudicados por todos os disparates que o Galo fez.

O Zé Povinho a dançar! Haja alegria, é preciso esquecer a crise.

Para defender o Galo, algumas das personagens que enriqueceram à custa dele. Umas vezes com a ajuda do Galo, outras vezes aproveitando-se da sua ignorância. Conhecem o Duarte Lima-te ou o Ismaltino Orais?

 
O advogado Duarte Lima-te

Já se está a ver o que aconteceu...arranjaram uma juíza corrupta e o Galo foi absolvido...todo a gente ficou revoltada, tantos crimes cometidos e provados, mas depois o Galo safa-se no tribunal. É sempre a mesma coisa...

A Juiza corrupta.

Onde já vimos nós esta história?

O Galo é inocente, declara a Juíza.

Mas a reviravolta aconteceu. Já o Galo estava a caminho de Paris, quando vindo da aldeia do Jarmelo, surgiu de surpresa D. Pedro, o Justiceiro. A Juíza corrupta e os seu amigos fugiram com medo e o Galo não escapou à fogueira.

D. Pedro veio fazer justiça.

A Juíza fugiu com o rabinho entre as pernas!

Mas mesmo ao pior criminoso, deve-se conceder um ultimo desejo na hora da pena capital. E que desejo, ainda hoje tenho tenho pesadelos com alemãs gordas...O Galo quis ver pela ultima vez a sua grande amiga, que tanto o ajudou a tramar o Zé Povinho. E viu-a muito bem, como infelizmente todos nós. Que visão horrível!



Pior que um filme de terror!

É esta senhora que manda em nós..


Não se percebe como foi o Galo perder-se de amores por esta coisa.

Mas o destino estava traçado. A fogueira foi acesa, em poucos minutos o Galo virou cinza e a noite fria de Fevereiro ficou um pouco mais quente.

Já não escapa.


Já está todo a arder!

Que bela fogueira.

Já foste!

Mas cuidado, continuam muitos Galos à solta por aí. É preciso manter o Zé Povinho unido e alerta para os levar todos à fogueira. Não podemos ser mansos, nem com o próprio marido.

Quem não é funcionário publico, já sabe. Para o ano o Carnaval é na Guarda. Diz-se pela cidade que o Galo vai ser substituído por outro animal que salta, tem grandes orelhas e um pelo macio! Por isso se é funcionário público vai também querer meter uns dias de férias e vir cá à Guarda deitar fogo ao bicho.

Mais fotos com melhor qualidade aqui.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Manifestação pelo troço ferroviário entre a Guarda e Covilhã

No inicio do ano de 2009, a circulação de comboio entre a Guarda e a Covilhã foi suspensa. Na altura foram apresentadas razões de segurança e foram prometidas obras profundas na linha, numa primeira fase, a que se seguiria a sua electrificação.

As recauchutadas automotoras Allan, apesar de poderem atingir os 100 km/h, nessa altura demoravam bem mais de uma hora a ligar as duas cidades, distância que podia ser percorrida em pouco mais de 30 minutos pela A23, na altura sem portagens. Os passageiros eram muito poucos, o que é normal com apenas 3 viagens diárias em cada sentido e a dobrar o tempo de viagem de autocarro ou o carro particular.

Fonte: www.cp.pt

As coisas até pareciam estar a correr bem. Numa primeira fase, a via foi renovada desde Caria até Belmonte e o túnel do Barração/Sabugal foi beneficiado e preparado para a electrificação, obras onde foram gastos cerca de 7 milhões de euros, segundo o site da REFER.

Mas entretanto a obra foi esquecida, quer por quem está longe em Lisboa, quer por quem foi eleito para defender os interesses das populações locais.

Aqui pela Guarda, os políticos de quando em vez lembram-se da Linha, muitas vezes porque na Covilhã o assunto é relembrado primeiro.

Aspecto da Linha da Beira Baixa perto da Guarda. Está à esquerda, no meio das ervas.


Mas as declarações que são proferidas pelos responsáveis políticos da Guarda só mostram a pouca importância que dão ao assunto e a falta de respeito por quem os elegeu e lhes paga o ordenado e muitas outras regalias.

Veja-se esta noticia, do Jornal "O Interior" de dia 21-07-2011. São declarações do Eng. Joaquim Valente, presidente da Câmara da Guarda:
«Os trabalhos até à Guarda estão ativos, como o rebaixamento do túnel do Barracão para passar a catenária e a supressão de passagens de nível. Como estamos no final da linha, as intervenções fazem-se mais tarde e é preciso cortar totalmente a circulação. O que sei é que se está a cumprir a calendarização da obra».

Mas consultando o site da REFER, as obras no túnel do Barracão já tinham sido concluídas em Março de 2011, assim como a renovação da via entre Caria e Belmonte. Não havia nenhum obra a decorrer nem muito menos a calendarização prevista em 2009 aquando do encerramento do troço iria ser cumprida. Alias, actualmente nem sequer há calendarização.


Cartaz junto ao túnel do Sabugal.

Como é que alguém pode ser presidente de um município e não estar informado sobre um assunto tão importante para as populações e para as empresas como uma linha de caminho-de-ferro? 

Recentemente, a Linha da Beira Baixa volta às páginas dos jornais. A CP, e bem na minha opinião, resolveu acabar com o serviço de autocarros alternativos entre a Guarda e a Covilhã. Circulavam por estradas rurais, algumas já com muito pouco asfalto, demorando tanto tempo que a velhinha automotora.

Há algumas semanas, um cidadão nascido na Guarda criou um movimento no site do Governo, onde é pedida a reabertura da Linha da Baixa entre a Covilhã e a Guarda.

Paralelamente convocou também uma manifestação para o próximo sábado, dia 10 de Março às 15 horas, junto à Estação da Guarda. Espero estar presente e que muito mais pessoas vão também. É preciso mostrar a quem nos (des)governa que não vamos permitir que aconteça aqui o mesmo que no Tua, em Vila Real ou em quase todo o Alentejo.

Um pergunta final. Será que os políticos (no poder e na oposição) que neste 3 anos com a linha fechada nada fizerem, vão aparecer para dizer palavras bonitas aos jornalistas? Lata para isso têm eles.