Noticia publicada no jornal fictício “Terras do Interior” do dia 31 de Novembro.
A pretexto da visita do Exmo. Doutor Professor Presidente da Republica à Beira Interior, no âmbito de uma nova edição do “Portugal Próximo”, foram inauguradas oficialmente na PLIE – Plataforma Logística de Iniciativa Estatal as instalação do CMG – Centro de Manuseamento do Grelo, situadas nos arredores da Guarda.
As instalações iniciaram as suas funções já na época 2015/2016, mas só este ano vão trabalhar em pleno e com todos os sectores concluídos, incluindo a tenda gigante de recepção de mercadoria.
O Exmo. Doutor Professor Presidente da Republica, no seu discurso de inauguração, destacou a capacidade de inovação e de pensar mais longe do Exmo. Doutor Professor Presidente da Câmara, que com políticas que muitos apontaram como loucas, está a trazer o desenvolvimento para a cidade mais alta. Realçou também que adora sopa de grelos, que é uma sopa praticamente sem ingredientes, só água, sal, batata e grelos!
Tudo começou em Setembro de 2013, quando de forma surpreendente o actual Exmo. Doutor Professor Presidente da Câmara ganhou de forma esmagadora as eleições.
Assim que tomou posse, pediu aos eleitores 3 meses para arrumar a casa e estudar como podia tirar a Guarda da espiral recessiva, pedindo para isso o apoio de todos com ideias e sugestões.
Depressa percebeu que era preciso fazer algo diferente das políticas seguidas até aí na região.
Atrair indústrias com dimensão é praticamente impossível. As grandes fábricas já acabaram. As poucas que vão havendo preferem o litoral, onde têm acesso a melhores transportes, incluindo auto estradas sem portagens, maior quantidade de mão-de-obra e com qualificações mais diversas, além de estarem mais perto do mercado e de fornecedores.
O Turismo é um sector a apostar, mas nunca poderá ter uma expressão significativa nem a mesma importância que noutras regiões.
O comércio não tem tradição para atrair gente de fora, ainda para mais com o inovador sistema de portagens que afugentou os muitos Espanhóis que visitavam regularmente a cidade mais alta.
As rotundas e outras formas de “embelezamento” urbano são apenas uma forma de manter artificialmente a actividade dos empreiteiros de obras públicas.
Festas e eventos não conseguem atrair visitantes de fora em número suficiente para compensar o forte investimento que exigem, acabando por ser apenas para consumo interno.
A saída para a Guarda (e para todo interior) está afinal no sector no qual foram investidos milhões de euros na sua liquidação. A agricultura e toda a fileira que arrasta consigo.
Encontrada a possível solução, a vaca voadora da Guarda, rapidamente a Câmara Municipal da Guarda meteu a mão na terra.
Dos vários produtos estudados, o escolhido foi o Grelo. É uma cultura fora da época, onde a oferta de outros produtos hortícolas é maior, plenamente adaptada ao clima da Guarda. Actualmente é muito procurada em Portugal e que é uma novidade em muitos Países da Europa, cujos mercados estão sempre à procura do exótico e da próxima grande moda.
O primeiro passo foi fazer o levantamento dos terrenos, dos seus proprietários e dos agricultores no activo ou que poderiam estar interessados em mudar de vida ou sair de uma situação de desemprego.
Para tal foi criada pela Câmara Municipal da Guarda em 2014 uma cooperativa, a Coop.G, que forneceu toda a informação e formação necessária aos agricultores (existentes e pretendentes) e aos donos das terras.
Ao mesmo tempo, na PLIE – Plataforma Logística de Iniciativa Estatal, foi lançada a primeira pedra do CMG – Centro de Manuseamento do Grelo, propriedade da Coop.G, com o objectivo de recolher, processar e comercializar toda a produção de grelo dos seus associados.
Na época de 2015/2016 a Coop.G iniciou a sua actividade industrial e comercial, ainda apenas a 10% da sua capacidade, servindo para testar todo o processo produtivo e a recepção dos mercados.
As instalações foram construídas em tempo record, com o lançamento simultâneo de 20 ajustes directos no valor de 74.999 €, que foram ganhos por duas empresas, evitando-se assim a necessidade de lançar um concurso público.
A temporada de 2016/2017 está a correr a todo o vapor. São já 200 os agricultores a fornecer a Coop.G, que cultivam uma área de 48.000 hectares, o equivalente a 4 giga factorys da Tesla. A produção esperada é de 2.000 toneladas de grelos, sendo que apenas 15% são destinados ao mercado nacional. Os restantes 85% vão ser exportados, principalmente para a Europa, a grande maioria por via-férrea para França, Alemanha e Inglaterra.
Além do produto fresco, embalado em atmosfera protectora, há também grelos congelados frescos e salteados, sopa de grelos fresca e congelada, pack de grelos com morcela. Mas o grande sucesso é a embalagem de grelos biológicos com uma lata de Azeite Biológico do Vale do Mondego, sendo prova que um projecto agricola serve de alavanca a outras indústrias.
De realçar que 45% da produção é de grelo biológico, mais valorizado e procurado pelos mercado do Norte da Europa.
A iniciativa deu já emprego a mais de 1000 pessoas, que se dividem por 400 agricultores (dos quais 350 novos), 100 funcionários da Coop.P e 500 empregos indirectos em várias áreas, como maquinaria agrícola, combustíveis, sementes, apoio técnico, transportes e restauração.
A CP vai também criar no próximo ano a Rota do Grelo, onde os turistas poderão vir de manhã de Lisboa ou Porto até uma quinta biológica, apanhar grelos durante um par de horas, degusta-los num dos vários novos restaurantes especializados no produto e durante a tarde visitar a área produtiva da Coop.G.
Há ainda vários problemas a resolver, o mais grave deles todos já com solução à vista. Durante a inauguração, o Exmo. Doutor Professor Presidente da Câmara prometeu que vai alugar ainda este mês uma tenda gigante, para que os agricultores não tenham de ficar à chuva e ao frio à porta da Coop.G, enquanto esperam pela sua vez para descarregar.
O Exmo. Doutor Professor Presidente da Republica não se despediu sem antes comprar uma embalagem de grelos com morcela e outra embalagem de grelos biológico com azeite biológico, que tenciona consumir na noite de Natal, em Belém.